Surge o MP#
A música nunca mais serea a mesma.
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São notórias as transformações que a indústria da música e seus atores vêm passando nas últimas duas décadas, impactados por um conjunto de inovações tecnológicas de matriz digital e seus desdobramentos na reconfiguração de modelos de negócio. O mesmo fenômeno vem ocorrendo na economia como um todo, analisado em artigos e estudos acadêmicos sob o nome de “disruptura digital” (digital disruption), ou seja, aquilo que ocorre quando “as tecnologias desempenham um papel na subversão das indústrias estabelecidas”. (KOTLER DIAMANDIS, 2015, p.XX). Mas no âmbito da indústria cultural, foi na atividade profissional de música onde primeiro se deu a injeção do modus operandi digital, através de ferramentas de trabalho que envolviam tecnologia baseada nesses sistemas. Já na década de 80 do século 20 utilizava-se instrumentos como teclados sintetizadores[1] (que emulavam sons de frequência modulada com amplitude ativada por filtros de ADSR[2]), baterias eletrônicas, pedais e racks de efeitos digitais; sequenciadores musicais com interfaces MIDI[3] (uma linguagem de correspondência entre a ação humana ao tocar teclados ou botões e sua interpretação por dispositivos digitais que imitam diversos instrumentos), seguindo-se, nos anos 90, gravadores sobre suportes digitais (DAT, MD, ADAT) – e, finalmente, os sampleadores (samplers ou digitalizadores de som) e sistemas computadorizados para registro.
A ‘invasão”, nos anos 80, dessa tecnologia ao convívio diário e pioneiro dos músicos, prenunciando grandes transformações, impactou diversos artistas, que geraram composições como comentários à respeito, fazendo referências e prenúncios futuristas com estética ou temas “techno”. Um exemplo de destaque é a avant-garde Laurie Anderson, artista multimídia americana, lançando seu album “Big Science” em 82 e fazendo apresentações com apoio visual de projeções em telão e de expressão corporal associada à efeitos eletrônicos de percussão acionados por “trigger” ; ou também a banda alemã Kraftwerk, que lançou o album “Computer World” em 80.
Em 85, ainda pré-internet no Brasil, uma banda de nome “Eletrodomésticos” lançou uma canção bem-humorada sobre devastadores efeitos de abstinência provocados pelo defeito num indispensável computador pessoal, com o título “Choveu no Meu Chip”.
Convivendo com essa tecnologia, uma fração dentre os músicos profissionalmente atuantes nos campos de música pop ou instrumental, e trilha sonora, começava ali a diversificar suas habilidades, aprendendo a lidar com equipamentos de outra natureza técnica que não apenas aquela de seus instrumentos musicais. Ao mesmo tempo, a tecnologia MIDI tornava possível, gradualmente, a substituição de músicos de orquestra por instrumentos sintéticos (especialmente cordas e naipes de metais) para obtenção de um resultado sonoro mais ou menos convincente, com um baixo orçamento. Músicos de orquestra ou aqueles que tocassem exclusivamente instrumentos acústicos não acompanharam, enquanto isso, a aquisição progressiva deste know-how tecnológico.
Assim como a música, mais tarde outras atividades econômicas no setor de bens culturais, como a fotografia, o design gráfico, a imprensa e o cinema também vieram a sofrer o impacto da tecnologia, assistindo ao rompimento de suas cadeias produtivas na medida em que seus modelos estruturais analógicos foram sendo substituídos pelo padrão digital (representado pelos sistemas vencedores na guerra tecnológica entre marcas ), tendo a rede mundial de computadores – a internet – na posição fundamental de palco de inovações e de intermediação dos negócios.
Notas:
[1] Os sintetizadores analógicos na música começaram a ser utilizados nos anos 60. Os sistemas Moog foram criados em 64. Em 68 Walter Carlos (depois chamado Wendy) obteve disco de platina com seu album erudito “Switched-On Bach” inteiramente tocado em sintetizador. Modelos de sintetizadores como Theremin, Mellotron e MiniMoog tornaram-se conhecidos através do rock progressivo. Os sintetizadores digitais (digital signal processing, ou DSP) só foram criados nos anos 70 e somente comercializados à partir de 79. de conceitos de audiooso ter contrato m de ser justificativa n Soundes smatphones.a que n
[2] ADSR é um acrônimo para Attack, Decay, Sustain, Release (inglês), podendo ser traduzido para protuguês como Ataque, Decaimento, Sustentação e Repouso. Refere-se à curva de ação de um som, desde a sua emissão até seu completo desaparecimento de conceitos de audiooso ter contrato m de ser justificativa n Soundes smatphones.a que n, cujos parâmetros de intensidade, duração e formato de onda são ajustáveis para geração sintetizada de um timbre.
[3] MIDI é um acrônimo para Musical Instrument Digital Interface (ou Interface Digital de Instrumento Musical), um padrão criado em 1982 por um consórcio de fabricantes de sintetizadores japoneses e americanos para viabilizar a comunicação em tempo real entre instrumentos musicais eletrônicos, computadores e outros dispositivos, através de interface digital, utilizando protocolo para conexão e lógica.
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